sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Aaaahhh que férias!!!

 
Era nossa primeira viagem de férias juntas.Vivemos momentos divertidos em Buenos Aires.
Três amigas curtindo um feriadão na terra dos hermanos, com direito a muita comida, parques e passeios.
Esses momentos nos fazem acreditar que o mundo é uma caixinha, que o nosso bolso é o universo e que a felicidade não tem limites.
Por isso que eu cantava e encantava no vôo de volta. Até que ouvi a seguinte frase: A cantoria está boa aí atrás hein! Isso tudo é medo?
Ops, acho que eu estava cantando alto demais!! Esqueci que a felicidade é barulhenta, mas o avião é apertado!
Me desculpei e foi aí que começou o assunto.
Eu a única solteira das três, toda empolgada deixei o papo render com o rapaz do banco da frente.
Alto, charmoso com óculos, querendo saber da nossa viagem, acho que esse papo não acaba no avião. Trocamos contatos e ficamos de conversar depois.
Dúvida cruel, um estranho no avião poderia ser um louco, um ladrão, um matador, mas aquela carinha de bom moço não deve fazer mal nem a uma mosca.
Papo vai, papo vem, conhecem pessoas em comum, foram criados com os mesmo princípios, alerta vermelho, essa história de princípios eu já li em algum lugar e não deu certo. Ele tem uma bagagem digamos que pequena e com nome de flor. Isso é um pouco assustador.
O rapaz pede o endereço para me buscar, hesitei por ser um ilustre desconhecido. Homens acham tudo simples, mulheres tudo muito complicado.
Ele diz que por culpa da cantoria nem conseguiu dormir no avião. Eu disse que minha voz encanta, ele responde que não foi só a voz. Pronto as palavras certas e já estava encantada.
Ele pede novamente para me encontrar , agora em um lugar público, com mais cautela ao falar.
Eu digo que pode, vai que...
Vai que deve ser o melhor slogan que alguém poderia criar.
Vai que dá certo?
Vai que ele é legal?
Vai que ela se apaixona?
"Vai que", resume todas as possibilidades!!! Vai que 2012 é o ano de se apaixonar outra vez!!
Então que venha 2012, que venha o encontro e que venha toda a esperança de uma nova história de amor!!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ponto de vista

Eu Amo Escrever

Mais um dia de trabalho chegava ao fim, hora de ir para casa curtir o final da tarde. Descansar um pouco, acompanhar a novelinha, arrumar aquela bagunça que ficou em casa esperando. Sonho de alguém que mora no Rio de janeiro e encara o trânsito todo dia.
Normalmente ela se esquecia de como é linda a vista da Niemyer, a única coisa que conseguia ver era a sequência de lâmpadas de freio acesas a sua frente. Contudo, nesse dia seria diferente. Ela ligou o som do carro bem alto, colocou suas músicas favoritas e resolveu curtir o trânsito do Rio de Janeiro.
Estava lá cantando e dançando ao melhor estilo musa, pelo menos para ela, quando reparou uma folha de caderno colada no vidro do carro ao lado. Continuou sua dancinha até que percebeu que havia um número de telefone, porém sem aviso de vendo ou algo do gênero. Olhou de novo e o menino do banco de trás apontava para o papel como se a conhecesse. Achou graça da situação e tentou seguir em frente, o que foi em vão, pois o trânsito não ajudava muito.
Sem chamar muita atenção deu uma olhadinha no motorista do carro e descobriu que não era de se jogar fora. Que duvida cruel, bancar a louca desesperada e pegar o telefone de um desconhecido ou continuar parada desprezando a chance que o destino lhe dava.
Pensou em ligar para alguém talvez uma segunda, terceira, quarta opinião poderia ajudar. Mas não teve coragem, suas amigas iriam dar força, sua mãe iria chamá-la de louca e continuaria na dúvida. Foi aí que digitou o número no seu celular disfarçadamente para decidir depois se ligaria ou não.
No outro dia a dúvida ainda estava em sua cabeça, ligar ou não ligar, eis a questão. Decidiu ligar, depois desligou rapidamente. Vai dizer que ninguém nunca fez isso na vida? Decidiu ligar de novo, afinal ele ia ver o número gravado.
Quando atendeu uma voz de criança ela respirou fundo, descreveu o carro e perguntou se aquele celular pertencia ao dono do carro. O menino disse que sim, era seu tio o dono desse carro e que iria chamá-lo. Ela ficou apavorada. O que diria para o cara? Não queria ser oferecida, mas também não queria bancar a desesperada. Perguntava-se o porquê das mulheres serem tão indecisas, porém isso era questão para o analista e não daria tempo de ligar para ele.
Foi quando ouviu aquela voz linda e grossa que instantaneamente ela soltou:
- O carro está à venda?
Putz! Com tanta coisa para falar como poderia ter falado aquilo? Quanta estupidez! Ela nunca foi boa em situações de improviso, principalmente quando tinha um homem interessante envolvido. Ele que já tinha aplicado essa estratégia outras vezes tentou não se comprometer, mas desenvolver o assunto. Porém, a essa altura ela já estava perdida em seus pensamentos e não conseguiu terminar a conversa. Agradeceu e desligou o telefone. Então, ele enviou um sms dizendo que sua voz era linda e que o carro não estava disponível, mas ele sim.
Surgiu um sorrisinho no canto de seus lábios e uma ponta de esperança, pois apesar de ter feito tudo errado poderia ter dado certo. Aproveitou a deliciosa sensação de uma nova conquista, respondeu a mensagem e saiu dirigindo para curtir a sua noite de sorte!


Esse contoestá participando do concurso de contos da Cantão, se você gostou me dê uma forcinha com o seu voto!! Obrigada!!!

Eu Amo Escrever
 

terça-feira, 17 de maio de 2011

Andando na chuva



A ansiedade tomava conta de seu coraçãozinho. Precisava saber se o que sentia era real ou só mais uma fantasia. Será que estaria louca ou os homens gostam de brincar de conquista sem nenhuma intenção de amar?

Naquela noite sabia que o encontraria, era o local comum, aonde não precisava de acaso para eles se encontrarem. Fazia alguns dias que ele não dava notícias, talvez porque estivesse ocupado ou não a levasse a sério, mas não é fácil distinguir mesmo que essas dúvidas a acompanhassem.

Ela estava entre amigos quando ele se aproximou, seu coração acelerou, tentou disfarçar, mas só queria ouvir seu nome. Ele cumprimentou a todos com um oi e perguntou se ela estava bem. Sem reação ela só pode responder que sim. Ele se afastou e não demonstrou muito interesse.

Nesse momento ela não teve como segurar, despediu-se de todos e foi embora sozinha. Era uma noite chuvosa, mas sinceramente ela nem percebeu. Foi andando de baixo de chuva segurando o choro e aguardando ouvir sua voz. Ela só queria ouvir seu nome, saber que era única.

De repente ela ouve alguém chamar, por alguns instantes as gotas pareciam cair em lentidão, tudo em sua volta fez silêncio e ela olhou para trás com um sorriso no canto dos lábios. Não era ele, sua cena de cinema era só um conhecido avisando que tinha deixado sua bolsa na mesa. 

Ela se foi e ele ficou. Ela foi obrigada a ouvir que ele não a merecia, ele não foi obrigado a dizer nada. Ela perdeu as esperanças e ele ganhou mais uma amiga. Ela ficou decepcionada e ele achou tudo muito especial.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mundo Virtual




Um belo dia, um amigo pergunta se eu conheço o fulano da silva. Havia perguntado sobre mim e disse ter visto meu amigo em minhas fotos, o detalhe é que eles só se conheciam de vista.Mas, tempos depois recebo um recado de uma amiga para que aceitasse seu amigo em um site de relacionamentos. Logo pensei que deveria ser o fulano, então aceitei uma coruja sem a menor hesitação.  Só quando o convite chegou dias depois que me dei conta que a coruja era um perfil falso. Que pena, já estava quase falando corujês.

Então,percebi que essa teoria de que qualquer pessoa no mundo está à distância de cinco pessoas de você pode ser real e incrivelmente bizarra. Por isso comecei a campanha “Oi, conheço seu amigo”. Achei que poderia ser uma estratégia para conhecer alguém legal.

Primeira tentativa: Olhei um perfil bonitinho, adicionei e esperei a resposta. Nada, o sujeito deve ser daqueles que não adiciona estranhas ou me achou feia.

Segunda tentativa: Essa partiu do estranho mesmo. Disse que me viu em uma festa que eu nem cogitei a idéia de estar presente. Depois lembrou acidentalmente que me viu passar na rua x, na hora y, a n graus de sua localização. Fiquei apavorada e o denunciei para os psicopatas anônimos.

Terceira tentativa: Aceitei o convite do amigo do amigo que também é amigo da amiga. Menino legal, divertido, beleza mediana, papo interessante, o único defeito foi não ter esperado para namorar depois de me conhecer.

Foi aí que me dei conta que a teoria na prática nunca é tão simples. Não sei se vai acontecer a quarta tentativa. Quem sabe se eu vir outro perfil lindinho do amigo de um amigo, eu arrisque novamente. Mas acho que a sociedade moderna também tem suas barreiras de comunicação ou será que só eu não sei interagir no mundo virtual?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

João alguém


Meu celular toca logo pela manhã. É o João, colega de trabalho, vizinho da rua de trás que passa todo dia para me dar carona. Cara maneiro, ah se não fosse o João na minha vida! Chegaria atrasada todos os dias.

Meu celular toca, é o João. Não o João da carona, mas o João amigo desde que as nossas fotos não eram lá essa beleza toda. João quer saber qual é a boa. Morro de rir. Só se for dormir cedo pra trabalhar no outro dia, meu bem. João já confundiu as coisas uma vez, mas ele é tão meu amigo que terminou em gargalhada e ele adora contar por aí. Me divirto, ah se não fosse o João na minha vida! Quem ia me ligar perguntando qual a boa no meio da semana?

Meu celular toca,é o João. Esse eu conheci por uma amiga. Ele tem um charme misterioso, quando o conheci percebi que ele ia confundir as coisas, mas achei que era esperta e o deixei na fila. Ok, nem tanto tempo assim. Eu é que me deixei levar e acabei caindo no papo do João, fiquei toda empolgada esperando os próximos encontros. Fui conhecendo João aos poucos até descobrir que ele estava namorando. João partiu meu coração. Ah se não fosse o João na minha vida! Não ia precisar me lembrar que esperei a ligação que nunca chegou!

Meu celular toca,é o João. Esse conheci na faculdade é bonito, simpático e amigo. Me divirto com suas bobeiras, ainda não sei se ele realmente é engraçado ou sou eu que estou achando graça em tudo que ele diz. Já demonstrou que confundiu as coisas e eu adorei.  Ao invés de dormir pensando em não me atrasar para ir com o João, em qual seria a boa do João ou como matar o João, agora eu penso em como vai ser encontrar o João. Ah se não fosse o João na minha vida!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Lua Perigo


Estava no fim do verão, era uma noite muito esperada para os amantes da lua. Ele escolheu o lugar perfeito, as pedras do Arpoador. Pensou em como seria incrível dividir aquele momento com alguém especial, até tentou convidar alguém, porém a pessoa especial não estaria lá. Lembrou em como seria ver seus cabelos voando a luz do luar com o som das ondas batendo nas pedras. Uma linda cena romântica para um cara que só tinha a lua como companhia.

Ele não desistiu, afinal era noite de lua perigeo. A lua estaria bem próxima da Terra, uma linda e enorme lua cheia. Não perderia essa imagem por nada.

Quando chegou percebeu que havia outras pessoas, mas foi procurar seu canto. Estava lá tranqüilo na sua quando olhou em volta, então viu uma linda mulher com olhos brilhantes admirando sua fonte de inspiração. Por forças lunares ou coincidência, seus olhares se cruzaram e por milésimos de segundo aquele momento foi melódico.  Ele esperou para ver se ela estava acompanhada, então levantou para conhecê-la.

Não sabia bem o que estava fazendo, mas algo o atraia aquele encontro. Foi aí que ele viu estrelas e achou ter chegado ao céu. Até que ouviu pessoas falando ao seu redor e percebeu que havia escorregado nas pedras e batido a cabeça. Então, a doce mulher veio como um anjo e perguntou se ele estava bem. Ele queria sumir dali, melhor ele queria sumir dali com ela nos braços, mas não era possível. Tinha medo de ter quebrado algum osso. Por sorte estava bem, mas todo encanto tinha se quebrado.

Ela perguntou seu nome com um sorriso nos lábios e o aconselhou tomar mais cuidado da próxima vez. Ele se levantou um pouco tonto e tentou começar algum assunto. Ela percebeu que havia algo estranho, pois ele perguntava seu nome repetidas vezes como se fosse a primeira vez. Ela sugeriu que ele fosse para um hospital, mas ele preferiu ficar ali olhando a lua.

A única coisa com sentido que ele dizia era sobre ela, sobre como o encantava , como aquela poderia ser uma noite especial. Ela entendeu que ele se referia à lua e concordou com seu encanto. Logo se despediu, mas deixou seu nome e e-mail anotado em um papel para que ele a procurasse depois.

Ele ficou ali sentado a luz do luar curtindo sua dor de cabeça, afinal nem lembrava direito qual era a direção da sua casa. Só poderia ficar admirando aquela que era a companhia mais charmosa e apaixonante que poderia ter. Pena que ela também se vai como todas as outras que passaram em sua vida. Entretanto, dessa vez deixou de presente uma misteriosa e perigosa história a começar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PEGADOR


Ainda me lembro do meu irmão naquele domingo ensolarado. Olhou no fundo dos meus olhos e disse para nunca me apaixonar, que isso era para os fracos, homem de verdade gostava, mas jamais se deixava levar pela paixão! Na verdade gravei essas palavras, porém sem entender direito o que ele quis dizer.

Então, cheguei na escola tirando onda com os meu amigos. Disse que era homem e não me apaixonaria por mulher nenhuma. Todos os homens ao me redor com menos de um metro e meio e alguns pêlos começando a aparecer no rosto me acharam o cara. A partir daí era o pegador da galera, sem nem ao menos ter coragem de chegar em nenhuma das meninas da minha sala.

Cresci com esse lema , afinal meu irmão era “o cara” pra mim. Sempre quis saber pegar ondas como ele e ter aqueles recados de meninas que ligavam lá pra casa. Ele só não me contou porque tinha dito aquilo e que eu não era o tipo que as garotas morrem de amores.

Nunca soube pegar onda, tirava boas notas na escola e gostava de ler quadrinhos.A maioria dos meus papos tinha um personagem do Marvel como exemplo. Definitivamente não tinha perfil de pegador, mas aquela frase me ajudou um pouco.
Meninas ficam irritadas com caras pegadores, mas são altamente competitivas. Vão tentar descobrir o porquê de sua fama, então fica a dica, nessa hora esqueça seus princípios e aproveite, talvez a fama não dure por muito tempo.(claro que não foi o meu caso)

Eu vivia bem minha vida de pegador até que conheci uma menina linda. Tentei provocá-la até despertar seu interesse. Ela descobriu que eu tinha blog e que nele escrevia minha visão da realidade, todas através do Marvel é claro. Eu não sabia que ela era a anônima que me criticava e instigava, que procurava saber cadê o pegador que existia aqui dentro. Na verdade não encontrou, o pegador só existia lá fora, no blog era o menino tímido que escrevia. Então, essa foi a carta na manga que ela tinha e eu ingênuo continuava meu jogo de sedução.

Por méritos meus consegui pegar a garota, mandei logo minha frase: -Gosto de você, mas não posso prometer nada. Afinal, não me apaixonava por ninguém, não era cara de me prender a uma quando podia ter todas. (ok, ok, me empolguei) Porém, ela conhecia o tímido por trás da capa, tinha todas as armas para me ter na mão. Eu continuava a dizer que não podia prometer nada, quando na verdade já tinha perdido meu coração.

Um dia me liguei que estava perdendo mais tempo pensando em como não me prender naquela história do que em investir em histórias novas. Foi aí que recorri ao meu irmão. Ele, claro, não lembrava de frase nenhuma. Fiquei na mesma, só que a frase não saia da minha cabeça. Sai com uns amigos pra ver se parava de pensar. Também não deu certo. Todas as minhas verdades tinham desmoronado, foi aí que fui diagnosticado com os sintomas que jurei desde muleque que não teria. -Apaixonado? Não pode ser! Não mudo de time, vou mudar de fama?

Foi então, que em um momento súbito e terminal que eu olhei pra ela e mandei minha frase: -Menina, não posso prometer nada, mas estou apaixonado por você!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

AMOR PERFEITO

Eles se conheciam desde a época da escola, eram amigos e mais nada. Ele é um rapaz tranquilo, amigável que gostava de jogar charme, costumava chamá-la de desnaturada só para ver sua reação. Ela é uma menina alegre, que gostava de ter amigos, falante como grande parte das meninas de sua idade.

Até que um dia resolveram se reencontrar e matar as saudades. Ele estava em um namoro turbulento e ela preocupada no que esse encontro ia dar. O primeiro olhar foi um pouco tímido, mas já demonstrava que algo em suas vidas iria mudar.

Ele moleque malandro (ok, nem tão malandro assim) já tinha comprado dois ingressos para ir ao cinema. Afinal, quem resistiria a um convite na mão?
Ela sem saber como reagir, mas super empolgada, aceitou sem muita hesitação. Aliás, não estava preocupada se o filme era bom, porque a história interessante estava pra acontecer ao vivo.

Ele bancou o menino sofrido com uma namorada incompreensiva, quase uma vítima. Ela bancou a princesa com poderes para salvá-lo das mãos da bruxa má. Então, a princesa resgatou o pobre menino prisioneiro de um relacionamento que só o fazia sofrer.

Até perceber que esse era a história mais clichê que existe desde que o mundo é mundo. No outro dia o menino ia voltar pra namorada cruel e ela ia voltar pra casa sozinha. Então, preferiu se despedir e deixar aquele momento guardado na memória.
Ele pensou diferente, realmente achava que poderia ser salvo por ela. Quando percebeu que não o procuraria mais, que não era do tipo que se enrola por muito tempo, correu para dar um fim no relacionamento que antes não tinha fim.

Quando a procurou, ela fugiu. Não sabia se queria trazer o conto de fadas para sua vida real. Acho que tinha medo da bruxa má. Mas, quando ela se apaixona não dá para esconder. Em seus olhos havia aquele brilho, em seus lábios aquele sorriso sem sentido. Jogou-se de cabeça no romance.

Eu diria que foram momentos turbulentos que antecederam uma linda história de amor. O menino feliz estava encantado com a namorada perfeita. Olhava para o lado e não via mais aquela bruxa cruel que manipulava seus sentimentos, sentia-se seguro e com esperanças para o futuro.
A menina via em seus olhos o príncipe real, carregado de alguns defeitinhos de fábrica, que ela poderia confiar e amar. Achava que o amor era mais forte que tudo e que eles eram do pequeno grupo que encontra o amor verdadeiro e vive feliz para sempre.

Mas alguém percebeu que havia uma palavra errada no meio dessa história? Ele achava que ela era a namorada PERFEITA, aquela cegamente apaixonada, que não olha para o lado, que faz tudo para agradá-lo, que tem como objetivo de vida fazê-lo feliz.  Então, um dia ela começou a achar chata essa vida perfeita. Conheceu pessoas interessantes, conheceu caminhos intrigantes. Por isso, quis olhar para o lado e ver como era a vida fora da caixinha que vivia.

Naquele momento percebeu que não era mais a namorada PERFEITA. Muito pior do que isso, a bruxa má passou a ser a referência dele e a princesa não passou de uma menina dissimulada e cruel. Pelo menos, na mente dele.

O fim do namoro foi recheado de verdades cruéis que estavam ali o tempo todo, mas o amor fez questão de maquiá-las. Ele partiu para seu próximo romance, mas antes deixou um gostinho de olha-o-que-você-perdeu, foi viver a vida com a próxima namorada perfeita que cruzou o seu caminho. Ela partiu para sua própria vida, foi viver fora da caixinha, desvendar os mistérios que a vida lá fora poderia proporcionar.

Talvez eles não consigam mais se encarar como antes. É difícil ver alguém depois que a ilusão se vai. Mas a vida segue, ninguém morre de amor. A princesa perfeita vai sempre ter o rosto que ele pintar e a vida dela tem a oportunidade de ser pintada com toda gama de cores da aquarela.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ENCONTRO


No outro final de semana estava ela desembarcando na cidade novamente. Agora para encontrar o motoqueiro-gay-casado-sem-assunto! Ela não sabia muito como ia ser, afinal era para buscar a pasta, pelo menos era o que repetia o tempo todo.
Ele preferiu marcar o encontro em um local público, não lembrava direito da mulher.

Quando se encontraram, ele não sabia como começar e soltou:
-Oi eu sou o príncipe encantado, quer dizer o motoqueiro-gay-casado-sem-assunto!
Ela só conseguiu registrar esse nome em sua mente fértil.
Como aquele era um acontecimento extraordinário ela preferiu deletar o fato dele ter citado o príncipe encantado.

Conversaram sobre a batida, sobre o bilhete, sobre como foi ter recebido o sms e como foi não ter enviado o sms. Até que, é claro, rolou aquele momento em que o assunto se foi, o rosto estava próximo demais para puxar outro e o olhar profundo demais para virar para o lado.
Quando os dois se beijaram, ela teve a sensação maravilhosa de estar flutuando e querer congelar aquele momento. Primeiros beijos sempre trazem a idéia de momentos perfeitos.
Até que ela se deu conta que estava em outra cidade, beijando um mané desconhecido que na verdade estava esperando o momento certo para levá-la pra cama e ouviu o barulhinho dos cristais quebrando em seu ouvido.

-Opa, opa! É melhor para por aqui, não sei direito o que vim fazer, mas só quero pegar minha pasta! Peraí! Em falar em pasta, cadê ela?
- Merda! Esqueci de pegar a pasta na recepção do hotel!
-Como assim? Não estava com você?
- É ,estava até eu devolver no hotel!
- Então vamos até lá buscar, porque eu acabei de lembrar que vou voltar hoje mesmo porque tenho uma reunião amanhã de manhã!
Risadas- Amanhã é domingo! Sua reunião é com o padre?
- Ai droga! Nem pra inventar desculpas eu sirvo! Ok, não vou embora, mas isso não significa que eu sou fácil!
Risadas- Mas eu não disse nada! Calma, vamos lá no hotel!
Então, ela recebe uma mensagem no celular: JÁ CHEGOU? QUERO DETALHES!!!
O sorrisinho foi inevitável e ele quis saber o que era.
- Não, nada! Minhas amigas são comediantes! Só isso!

Ela decidiu que ficaria hospedada no mesmo hotel, não queria que ele pensasse que dormiria com ele.
Ele quis marcar um encontro à noite para jantarem. Ela primeiro entendeu que a janta era ela, depois resolveu abstrair!

No dia seguinte ela pegou o avião e voltou para sua cidade. Não tinha como saber se tinha sido um encontro casual ou um encontro inicial. Aliás, com tantas definições que criaram para encontros seria difícil definir qualquer coisa. Mas a única coisa que ela conseguia pensar era: Nada é igual ao primeiro beijo!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Princesa


Sexta à noite, é dia de encontrar as amigas. Toda semana elas tentam se encontrar, mesmo que essa seja uma tarefa bem complicada.
Ela estava empolgada para contar sobre a viagem e a idéia louca que passou pela sua cabeça durante a batida. Aliás, todas adoram ouvir as histórias mirabolantes que ela cria em situações comuns.

No meio do papo surge a pergunta de sempre: 
- E aí conheceu alguém legal lá?
Meninas, vocês sabem q eu fui a trabalho nem deu tempo de sair! Mas aconteceu algo muito engraçado. Antes de eu viajar minha irmã brincou dizendo que se eu passasse pelo homem da minha vida era para atropelar para puxar assunto! Acredita que realmente eu atropelei um cara?
- Como assim sua louca? Intencionalmente?
-Claro que não! Estava chovendo horrores, não vi a moto atravessar o cruzamento. Mas, foi de leve. Achei que era um sinal, mas ele nem me deu assunto! Pior é que só quando cheguei em casa me dei conta que perdi minha pasta, será que caiu quando fui falar com ele?
- Ele não quis saber seu nome? Nem reclamou que dirigia mal?
- Não, cara estranho. Saí em câmera lenta, jogando os cabelos pra ver se o mané se apaixonava e olha que ele nem era lá essas coisas, mas ele nada!
- Ah, vai ver ele é gay!
- Ou sei lá, casado, você olhou o dedo dele?
-Estava chovendo? Então a escova saiu, foi isso! Devia estar parecendo a gata borralheira! (risos)
- Animador isso! Vocês são as melhores amigas que eu poderia ter! (risos)

Na outra cidade, ele ficou pensando naquele bilhete doido:- Como assim príncipe encantado? Será que é apelido carinhoso de alguém? Hoje em dia essas mulheres são muito loucas!

Encontrou um amigo e acabou comentando o ocorrido. O amigo riu da cara dele.
- Você é muito azarado ou burro, sei lá. Encontrou uma mulher gostosa na rua do nada e não deu idéia? Qual o teu problema? Não gosta mais, não? Esse bilhete aí deve ter um telefone atrás.
- Não pensei nisso, será que ela deixou o telefone? Mas pode ser para outro cara!
-Se for para outro cara, o playboy perdeu! A sorte sorriu pra você, liga pra mulher e vê se descola um encontro!

Olhou novamente o bilhete e realmente tinha o número de um celular atrás.
Disse que ia ligar depois porque não sabia o que falar. Deixou o bilhete na mesa embaixo do celular e foi ao banheiro.
Seu amigo na hora pegou o bilhete e mandou uma mensagem:
“Oi, nós nos conhecemos no trânsito e fiquei com sua pasta. Gostaria muito de te encontrar de novo, você mexeu comigo! Beijos! Príncipe Encantado”
A noite continuou e não falaram mais no assunto. A expectativa era que em algum momento o celular dele tocasse e ele descobrisse o nome da princesa!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bilhete


Ele ali olhando aquele bilhete só sabia pensar para onde a doida poderia ter ido. Será que alguém deixa esse tipo de bilhete e some no mundo?
Na verdade ele não sabia quem era aquela menina, não sabia porque ela estava ali ou porque exatamente tinha ido.

Ela foi com esperança nos olhos, não sabia quem iria ler o bilhete. Mas adorava a idéia de alguém saber que ela partiu.

Eles não se conheciam até pouco tempo, mas a vida gosta de criar encontros enquanto nós providenciamos os desencontros. Ela estava na cidade a trabalho, havia alugado um carro, mas não se deu muito bem com o modelo. Não é que dirigisse mal, pelo menos era o que achava. O dia estava chuvoso, com a visibilidade péssima e o único som que ela conseguiu ouvir foi o da buzina. Primeiro se assustou, mas resolveu parar o carro. Havia se lembrado da conversa com irmã antes de viajar.

-Menina, porque você está levando essa mala enorme? São apenas dois dias e você vai a trabalho.
-Porque eu tenho que ir bem vestida, vai que eu passo pelo homem da minha vida.
- Se estiver dirigindo atropela pra puxar assunto!

Então pensou que não tinha sido de propósito, mas poderia ser uma chance. Tudo bem, ele não era lá essas coisas, mas ela preferiu ser gentil e saiu do carro.
O cara da moto olhou pra ela e disse que estava bem. Não puxou mais papo.
Ela percebeu que tudo aquilo era um bobagem e foi embora rindo, sem perceber que deixou cair sua pasta.

O motoqueiro pegou a pasta e foi atrás dela para entregar. Ela entrou na garagem de um hotel, mas ele não sabia nem o seu nome. Ficou esperando no saguão pra ver se ela passava, até que a viu numa mesa do restaurante. Mas não deu tempo de chamá-la, por isso perguntou a um garçom se a moça estava hospedada ali.

-Acho que vai embora hoje se você correr consegue alcançá-la na garagem.

Ele foi, mas não teve sucesso. Até que resolveu deixar a pasta na recepção, afinal não tinha nada a ver com aquilo.
Ele explicou a recepcionista que a pasta era para uma hospede, descreveu-a da melhor forma que pôde. Até que ouviu: -Peraí, ela disse que se alguém a procurasse era para entregar esse bilhete.