terça-feira, 26 de julho de 2011

Ponto de vista

Eu Amo Escrever

Mais um dia de trabalho chegava ao fim, hora de ir para casa curtir o final da tarde. Descansar um pouco, acompanhar a novelinha, arrumar aquela bagunça que ficou em casa esperando. Sonho de alguém que mora no Rio de janeiro e encara o trânsito todo dia.
Normalmente ela se esquecia de como é linda a vista da Niemyer, a única coisa que conseguia ver era a sequência de lâmpadas de freio acesas a sua frente. Contudo, nesse dia seria diferente. Ela ligou o som do carro bem alto, colocou suas músicas favoritas e resolveu curtir o trânsito do Rio de Janeiro.
Estava lá cantando e dançando ao melhor estilo musa, pelo menos para ela, quando reparou uma folha de caderno colada no vidro do carro ao lado. Continuou sua dancinha até que percebeu que havia um número de telefone, porém sem aviso de vendo ou algo do gênero. Olhou de novo e o menino do banco de trás apontava para o papel como se a conhecesse. Achou graça da situação e tentou seguir em frente, o que foi em vão, pois o trânsito não ajudava muito.
Sem chamar muita atenção deu uma olhadinha no motorista do carro e descobriu que não era de se jogar fora. Que duvida cruel, bancar a louca desesperada e pegar o telefone de um desconhecido ou continuar parada desprezando a chance que o destino lhe dava.
Pensou em ligar para alguém talvez uma segunda, terceira, quarta opinião poderia ajudar. Mas não teve coragem, suas amigas iriam dar força, sua mãe iria chamá-la de louca e continuaria na dúvida. Foi aí que digitou o número no seu celular disfarçadamente para decidir depois se ligaria ou não.
No outro dia a dúvida ainda estava em sua cabeça, ligar ou não ligar, eis a questão. Decidiu ligar, depois desligou rapidamente. Vai dizer que ninguém nunca fez isso na vida? Decidiu ligar de novo, afinal ele ia ver o número gravado.
Quando atendeu uma voz de criança ela respirou fundo, descreveu o carro e perguntou se aquele celular pertencia ao dono do carro. O menino disse que sim, era seu tio o dono desse carro e que iria chamá-lo. Ela ficou apavorada. O que diria para o cara? Não queria ser oferecida, mas também não queria bancar a desesperada. Perguntava-se o porquê das mulheres serem tão indecisas, porém isso era questão para o analista e não daria tempo de ligar para ele.
Foi quando ouviu aquela voz linda e grossa que instantaneamente ela soltou:
- O carro está à venda?
Putz! Com tanta coisa para falar como poderia ter falado aquilo? Quanta estupidez! Ela nunca foi boa em situações de improviso, principalmente quando tinha um homem interessante envolvido. Ele que já tinha aplicado essa estratégia outras vezes tentou não se comprometer, mas desenvolver o assunto. Porém, a essa altura ela já estava perdida em seus pensamentos e não conseguiu terminar a conversa. Agradeceu e desligou o telefone. Então, ele enviou um sms dizendo que sua voz era linda e que o carro não estava disponível, mas ele sim.
Surgiu um sorrisinho no canto de seus lábios e uma ponta de esperança, pois apesar de ter feito tudo errado poderia ter dado certo. Aproveitou a deliciosa sensação de uma nova conquista, respondeu a mensagem e saiu dirigindo para curtir a sua noite de sorte!


Esse contoestá participando do concurso de contos da Cantão, se você gostou me dê uma forcinha com o seu voto!! Obrigada!!!

Eu Amo Escrever
 

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