terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bilhete


Ele ali olhando aquele bilhete só sabia pensar para onde a doida poderia ter ido. Será que alguém deixa esse tipo de bilhete e some no mundo?
Na verdade ele não sabia quem era aquela menina, não sabia porque ela estava ali ou porque exatamente tinha ido.

Ela foi com esperança nos olhos, não sabia quem iria ler o bilhete. Mas adorava a idéia de alguém saber que ela partiu.

Eles não se conheciam até pouco tempo, mas a vida gosta de criar encontros enquanto nós providenciamos os desencontros. Ela estava na cidade a trabalho, havia alugado um carro, mas não se deu muito bem com o modelo. Não é que dirigisse mal, pelo menos era o que achava. O dia estava chuvoso, com a visibilidade péssima e o único som que ela conseguiu ouvir foi o da buzina. Primeiro se assustou, mas resolveu parar o carro. Havia se lembrado da conversa com irmã antes de viajar.

-Menina, porque você está levando essa mala enorme? São apenas dois dias e você vai a trabalho.
-Porque eu tenho que ir bem vestida, vai que eu passo pelo homem da minha vida.
- Se estiver dirigindo atropela pra puxar assunto!

Então pensou que não tinha sido de propósito, mas poderia ser uma chance. Tudo bem, ele não era lá essas coisas, mas ela preferiu ser gentil e saiu do carro.
O cara da moto olhou pra ela e disse que estava bem. Não puxou mais papo.
Ela percebeu que tudo aquilo era um bobagem e foi embora rindo, sem perceber que deixou cair sua pasta.

O motoqueiro pegou a pasta e foi atrás dela para entregar. Ela entrou na garagem de um hotel, mas ele não sabia nem o seu nome. Ficou esperando no saguão pra ver se ela passava, até que a viu numa mesa do restaurante. Mas não deu tempo de chamá-la, por isso perguntou a um garçom se a moça estava hospedada ali.

-Acho que vai embora hoje se você correr consegue alcançá-la na garagem.

Ele foi, mas não teve sucesso. Até que resolveu deixar a pasta na recepção, afinal não tinha nada a ver com aquilo.
Ele explicou a recepcionista que a pasta era para uma hospede, descreveu-a da melhor forma que pôde. Até que ouviu: -Peraí, ela disse que se alguém a procurasse era para entregar esse bilhete.

5 comentários:

  1. Gostei da idéia, gostei do texto ... meus parabéns , sempre que puder vou fazer uma vizita!!!

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  2. Galera, vocês são muito bem-vindos! Quem gostar pode divulgar!! Obrigada!! Já estou com o segundo conto saindo do forno! Aguardem!!

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  3. Nossa, fantastico, eu amei este conto, lindo, lindo, lindo!!! estou te seguindo, me siga tambem se puder! beijos

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  4. Amanhã, posto o próximo conto!! Estive em Petrópolis ajudando as vítimas de SJ do Vale do Rio Preto e Vale do Cuiabá! Quem puder ajudar fará mta diferença!!!

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  5. Que menina mais doidinha essa do texto... Bom ela não tinha nada à perder mesmo... Então: Passa por cima do motoboy!!! (kkkk)

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